Este livro reúne a maior e a melhor parte da obra de um dos grandes poetas do Brasil.
Vinicius de Moraes nasceu no Rio, em 1913, aqui se formou em
Direito e entrou, por concurso, para a carreira diplomática. Serviu
durante quatro anos no consulado brasileiro em Los Angeles e está no
momento como secretário de nossa embaixada em Paris. Seu primeiro livro
foi O caminho para a distância, do qual pouco aproveitou nesta seleção, seguindo-se Ariana, a mulher e Forma e exegese, com o qual conquistou o Prêmio Felipe de Oliveira. Publicou a seguir Novos poemas, Cinco elegias, Poemas, sonetos e baladas e Pátria minha
que firmaram seu nome, no consenso da crítica, como o melhor poeta da
turma que hoje entra pela casa dos quarenta. Alguns desses livros foram
feitos em edições limitadas; todos estão há longo tempo esgotados, o
que faz com que grandes admiradores de Vinicius de Moraes conheçam
apenas uma pequena parte de sua obra. Esta seleção, feita pelo próprio
poeta com a ajuda de amigos - principalmente Manuel Bandeira - adquire,
assim, uma grande importância, pois possibilita um estudo da evolução
do poeta e a admiração do que ele tem feito de mais alto e melhor.
Vindo de um misticismo de fundo religioso para uma poesia
nitidamente sensual que depois se muda em versos marcados por um fundo
sentimento social, a obra de Vinicius tem como constante um lirismo de
grande força e pureza. Ainda com o risco de incorrer na censura dos que
levam suas preocupações puritanas ao domínio das artes, não quiseram
os amigos do poeta, principalmente o que assina esta nota, e assim se
faz responsável por esta resolução, suprimir algumas palavras ou
expressões mais fortes que de raro em raro aparecem em seus versos.
Isso fará com que não seja recomendável a presença deste livro em mãos
juvenis - mas resguarda a pureza de sua poesia, que tudo, em poesia,
transfigura. Estamos certos de que, com a edição deste livro, a obra de
Vinicius de Moraes ganhará uma popularidade maior, e passará a ter,
entre o público, o lugar de honra que há muito ocupa no espírito e no
sentimento dos poetas e dos críticos.
MARIA JULIA
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
VIDA DE VINICIUS DE MORAES
1913
Nasce, em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de
outubro , no antigo nº 114 (casa já demolida) da rua Lopes Quintas, no
Jardim Botânico, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio
Burlamaqui dos Santos Cruz. São seus pais d. Lydia Cruz de Moraes e
Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, este, sobrinho do poeta, cronista e
folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de
Mello Moraes.
1916
A família muda-se para a rua Voluntários da Pátria, nº
192, em Botafogo, passando a residir com os avós paternos, d. Maria da
Conceição de Mello Moraes e Anthero Pereira da Silva Moraes.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO
Nome do livro: Sonho
de uma noite de Verão
'Sonho de uma noite de
Verão' é uma obra de Shakespeare que nos conta a história de seres
mitológicos e fantásticos da antiga Grécia. A história começa quando Egeu
quer obrigar a sua filha Hérmia a casar com Demétrio, um homem que ela não ama.
Demétrio era o ex-namorado de Helena, a sua melhor amiga e que esta
ainda amava Demétrio e, por outro lado, Hérmia era apaixonada por Lisandro.
Contudo, Hérnia e Lisandro, impedidos de casar por Egeu e ameaçados de
morte pela lei ateniense, decidem fugir pela
floresta.
Confiando em Helena e para
lhe dar esperança na sua relação com Demétrio, Lisandro e Hérmia contam-lhe que se preparam para fugir
para a floresta. Mas Helena, pensando que poderá recuperar o amor de Demétrio
e para lhe provara a sua fidelidade, decide contar-lhe sobre a fuga de
Lisandro e Hérnia e juntos vão procurá-los na floresta.
Nessa floresta habitavam
seres mitológicos e fantásticos tais como fadas e duendes. Lá habitavam
também Titânia, rainha das fadas e o seu marido Oberon,
rei dos elfos. Como Titânia e Oberon
estavam em guerra porque Titânia não queria entregar a Oberon um órfão
indiano para lhe servir de pajem, Oberon ordenou ao elfo Puck que fosse
colher
amores-perfeitos e que, quando Titânia estivesse a dormir, pusesse o liquido
dessa flor nos seus olhos e assim, quando Titânia acordasse se
apaixonaria eternamente pela primeira pessoa que lhe surgisse. Contudo,
Oberon viu
Demétrio tratar mal Helena e ordenou a Puck que também
fizesse o 'feitiço' com Demétrio. O problema é que Puck se
enganou e enfeitiçou Lisandro em lugar de Demétrio. Quando acordou, Lisandro esqueceu
Hérmia e apaixonou-se por Helena, a pessoa que viu. Mais tarde, Puck enfeitiçou
Demétrio que também se apaixonou por Helena. Quando Titânia acordou, a
primeira pessoa que viu foi Canelas, o tecelão, que estava na floresta
com Marmelo, o cartinteiro, com Atarrachado, o marceneiro, com Gaitinhas,
o consertador de foles, com Biquinho, o funileiro e com Lingrinhas, o
alfaiate, todas a ensaiar uma peça de teatro para apresentar no casamento de
Teseu, o duque de Atenas, com Hipólita, a rainha das Amazonas. Para corrigir todo este
engano, Oberon ordenou a Puck que quando os quatro
apaixonados adormecesem, fizesse com que se apaixonassem pelas pessoas
certas. No final, a Hérmia casou
com o Lisandro e o Demétrio com a Helena, e Oberon e Titânia fizeram as
pazes. Puck, que foi quem mais se divertiu com todas estas confusões que
ele próprio provocou, afirma que tudo aquilo não passou de um 'sonho de
uma noite de verão
terça-feira, 18 de junho de 2013
A INCRÍVEL HISTORIA DE MOTA COQUEIRO-O ULTIMO EM FORCAMENTO
VAI MAIS EM BAIXO
Para quem não conhece a história de Mota Coqueiro, ele foi o
último homem condenado à pena de morte no Brasil, em março de 1855 na
minha cidade em Macaé, só para vocês entenderam os fatos que aqui serão
contados, farei um breve resumo da história de Mota Coqueiro; Mota
Coqueiro foi um grande fazendeiro com propriedades na região de
Conceição de Macabu que na época ainda era parte da cidade de Macaé no
Estado do Rio de Janeiro.Um homem muito influente, de grandes negócios
na região, mas de temperamento muito rude, era muito temido pela sua
valentia, arrogância e pela forma cruel que tratava seus escravos. Certa
feita, fechou a compra de uma grande propriedade em parceria com um
meeiro que levou sua família para morar na propriedade. Passado algum
tempo, a filha mais nova desse colono apareceu grávida e culpou Mota
Coqueiro de ser o pai da criança. Após a descoberta, o colono começa a
pressionar Mota Coqueiro a beneficiá-lo nos negócios da fazenda em prol
da gravidez de sua filha.Poucos dias depois, toda a família de colonos é
assassinada a golpes da facão, exceto a filha que estava grávida que
fugiu pela mata. No total foram mortos o meeiro, a sua esposa, três
filhos adolescentes e três crianças, sendo a mais nova com 3 anos de
idade. Depois do assassinato, a casa ainda teria sido incendiada, mas a
chuva não deixou o fogo consumir os corpos totalmente, o que causou um
cenário aterrador para o Brasil-colônia da época.Após investigações
precárias da época, Mota Coqueiro foi acusado de ter sido o mandante do
crime.Como Mota Coqueiro, já tinha uma má fama na cidade pelo seu
caráter e possuía muitos desafetos, as investigações do crime na época
foram feitas de maneira parcial e pouco claras. Na época, pela
Constituição vigente, o Imperador que era D.Pedro II, poderia conceder a
Graça Imperial para aboná-lo da pena de morte, mas o caso foi tão
chocante para a época que nem D.Pedro aliviou a barra pra Mota Coqueiro.
E em 6 de março de 1855, Mota Coqueiro foi enforcado em praça pública
na cidade de Macaé. Poucos anos mais tarde, descobriu-se através de
evidências escondidas na época que Mota Coqueiro era inocente e tivera
sido enforcado sem culpa.
Só a título de curiosidade, depois de saber que Mota Coqueiro fora condenado inocente, o Imperador Dom Pedro II, extinguiu a pena de morte no BRasil.
Mas o que há de sobrenatural nessa história? Vejamos:O primeiro fato que se tem notícia que torna a história misteriosa, é da esposa de Mota Coqueiro Úrsula das Virgens, que durante o processo de investigação e julgamento ficou louca.Ela morava com o esposo e filhos na Casa Grande da principal fazenda e as escravas que cuidavam da casa, começaram a testemunhar ataques de loucura da mulher que gritava e se escondia pelos cômodos da casa dizendo que ouviam gritos e choros de criança a perseguindo por onde quer que fosse. Os ataques intensificaram depois da execução do esposo, que culminou em seu suicídio em um ano após a morte de Mota Coqueiro.Outro fato marcante foi a maldição lançada na cidade pelo acusado; Antes da execução, o juiz de direito da Comarca de Cabo Frio que ordenava o julgamento, antes que subisse ao patíbulo, lhe concedeu direito ao último pedido antes da morte:Mota Coqueiro nada pediu, mas antes de morrer suas últimas palavras demonstravam um caráter do qual ele nunca mostrou durante sua vida, perdoando à todos pela injustiça que lhe haviam feito. De acordo com os registros da época, disse ele:"O crime fez-se, porém eu sou inocente; peço perdão ao povo e à justiça, assim como eu perdôo de todo o meu coração".Mas, apesar do ato de misericórdia em perdoar os que lhe condenavam, proferiu uma maldição sobre a cidade de Macaé. Suas últimas palavras foram:“ Esta cidade terá 100 anos de atraso pela injustiça que está sendo feita a mim".
E de fato, foi o que houvera.Na época o porto de Imbetiba era o quinto mais movimentado do país, pois era portão de entrada e saída dos produtos agrícolas que eram exportados para outras cidades e capitais. Com a inauguração posterior da estrada de ferro Macaé x Campos, o porto perdeu a importância. Até mesmo o carro-chefe da economia local da época que era baseada no cultivo do café e da cana-de-açúcar entrou em profundo declínio. Muitos fazendeiros perderam tudo, pragas e mau tempo constantes destruíram plantações e gado. Em pouco tempo, a prosperidade que se via, foi por agua a baixo fazendo com que boa parte da população migrasse para as capitais, deixando Macaé apenas uma colônia de pescadores e de gente falida.Somente na década de 1960, quase 100 anos depois da execução de Mota Coqueiro, que foi descoberto o petróleo que alavancou a economia da cidade em poucos anos, fazendo hoje da pequena cidade do interior, a capital nacional do Petróleo. Os mais antigos da cidade, descendentes dos que viveram o período da “maldição” agregam veementemente que a era do Petróleo só aconteceu após o término dos 100 anos amaldiçoado por Mota Coqueiro. Coincidência??
Outro fato interessante que quero deixar aqui, foi presenciado por mim, por isso posso assegurar que lhes digo a verdade.O local onde era a praça que Mota Coqueiro foi executado, hoje é dentro do pátio de uma das escolas mais antigas da cidade, o colégio Luiz Reid.O pátio muito grande por sinal, abrange um quarteirão inteiro, bem no centro da cidade. No exato local onde na época foi posto o patíbulo, há um memórial de pedra no chão até os dias de hoje com o nome completo de Mota Coqueiro, data de nascimento e data da execução.Como eu estudei muitos anos nesse colégio, cresci ouvindo histórias e lendas escolares acerca daquele memorial no pátio. Mas só fui constatar algo relevante de fato, alguns anos mais tarde, quando já era adulta e estudava no 3º período (a noite), e vi que muitas das lendas e histórias que ouvia quando criança, poderiam ter algum fundo de verdade.Certa feita, durante um período que o colégio passava por uma má admininstraçao, certas partes do mato do patio estavam muito altos, pois já havia tempo que não eram cortados. Mas ao invés de mandarem aparar a grama, acharam mais barato queimar o mato, e assim atearam fogo na grama numa noite, já que não tinha o movimento de criança correndo pra lá e pra cá. Depois de apagadas as chamas, foram ver que somente a grama em volta do memorial de Mota Coqueiro estava intacta. O que era impossível, pois o zelador confirmou que havia jogado querosene naquele mesmo local. Eu vi. Uma cena realmente estranha. Em toda volta podia-se ver o mato totalmente queimado, mas so ao redor do memorial, a grama estava verde recém nascida, sem um chamuscado sequer.Esse mesmo zelador (que mora num quartinho dentro do colégio) conta que muitas vezes a noite, foi acordado com gritos no pátio. Ele sempre saía para ver se era algum aluno escondido pra fumar maconha la dentro, mas procurava, rodava, rodava e nao encontrava nada, nem ninguém.Uma vez tentaram remover o memorial para duplicação da quadra poliesportiva, eu já nao estava mais no colégio na época, mas fiquei sabendo por amigos que continuaram lá que as obras nao foram pra frente. Sempre que iam remover o memorial acontecia alguma coisa: Uma vez, foi a britadeira que quebrou (nova), outra vez foi um dos operários que quebrou o pé, mau tempo constante, falta de verba para dar andamento na obra... enfim, acabou dando-se um jeito de reformar a quadra e manter o memorial que esta lá intacto até os dias de hoje.Essas são algumas das histórias que conheço acerca dessa surpreendente história de Mota Coqueiro. Tão logo, haja novos fatos estarei compartilhando com voces.
Manuel da Mota Coqueiro Ilustração de jornal da época do julgamento
NOMES DE POETAS
- Cacaso
- Camillo de Jesus Lima
- Carlito Azevedo
- Carlos Drummond de Andrade
- Carlos Severiano Cavalcanti
- Cassiano Ricardo
- Castro Alves
- Catulo da Paixão Cearense
- Casimiro de Abreu
- Cecília Meireles
- Chacal (Ricardo de Carvalho Duarte)
- Charles Ronald de Carvalho
- Christina Magalhães Herrmann
- Claudia Roquette-Pinto
- Claudio Daniel
- Cláudio Manuel da Costa
- Coelho Neto
- Cora Coralina
- Cruz e Sousa
- Carlos Alberto da Costa Nunes
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade foi um poeta, contista e cronista brasileiro. Wikipédia
Nascimento: 31 de outubro de 1902, Itabira, Minas Gerais
Falecimento: 17 de agosto de 1987, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Cônjuge: Dolores Dutra de Morais (de 1925 a 1987)
Indicações: Neustadt International Prize for Literature
NAO SEI QUEM SOU
Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.FERNANDO PESSOA
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.FERNANDO PESSOA
Assinar:
Postagens (Atom)