sexta-feira, 16 de agosto de 2013

POESIA DE VINICIUS DE MORAES

Este livro reúne a maior e a melhor parte da obra de um dos grandes poetas do Brasil.
Vinicius de Moraes nasceu no Rio, em 1913, aqui se formou em Direito e entrou, por concurso, para a carreira diplomática. Serviu durante quatro anos no consulado brasileiro em Los Angeles e está no momento como secretário de nossa embaixada em Paris. Seu primeiro livro foi O caminho para a distância, do qual pouco aproveitou nesta seleção, seguindo-se Ariana, a mulher e Forma e exegese, com o qual conquistou o Prêmio Felipe de Oliveira. Publicou a seguir Novos poemas, Cinco elegias, Poemas, sonetos e baladas e Pátria minha que firmaram seu nome, no consenso da crítica, como o melhor poeta da turma que hoje entra pela casa dos quarenta. Alguns desses livros foram feitos em edições limitadas; todos estão há longo tempo esgotados, o que faz com que grandes admiradores de Vinicius de Moraes conheçam apenas uma pequena parte de sua obra. Esta seleção, feita pelo próprio poeta com a ajuda de amigos - principalmente Manuel Bandeira - adquire, assim, uma grande importância, pois possibilita um estudo da evolução do poeta e a admiração do que ele tem feito de mais alto e melhor.
Vindo de um misticismo de fundo religioso para uma poesia nitidamente sensual que depois se muda em versos marcados por um fundo sentimento social, a obra de Vinicius tem como constante um lirismo de grande força e pureza. Ainda com o risco de incorrer na censura dos que levam suas preocupações puritanas ao domínio das artes, não quiseram os amigos do poeta, principalmente o que assina esta nota, e assim se faz responsável por esta resolução, suprimir algumas palavras ou expressões mais fortes que de raro em raro aparecem em seus versos. Isso fará com que não seja recomendável a presença deste livro em mãos juvenis - mas resguarda a pureza de sua poesia, que tudo, em poesia, transfigura. Estamos certos de que, com a edição deste livro, a obra de Vinicius de Moraes ganhará uma popularidade maior, e passará a ter, entre o público, o lugar de honra que há muito ocupa no espírito e no sentimento dos poetas e dos críticos.

VIDA DE VINICIUS DE MORAES

1913

Nasce, em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de outubro , no antigo nº 114 (casa já demolida) da rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz. São seus pais d. Lydia Cruz de Moraes e Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, este, sobrinho do poeta, cronista e folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de Mello Moraes.

1916

A família muda-se para a rua Voluntários da Pátria, nº 192, em Botafogo, passando a residir com os avós paternos, d. Maria da Conceição de Mello Moraes e Anthero Pereira da Silva Moraes.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

Nome do livro: Sonho de uma noite de Verão
'Sonho de uma noite de Verão' é uma obra de Shakespeare que nos conta a história de seres mitológicos e fantásticos da antiga Grécia. A história começa quando Egeu quer obrigar a sua filha Hérmia a casar com Demétrio, um homem que ela não ama. Demétrio era o ex-namorado de Helena, a sua melhor amiga e que esta ainda amava Demétrio e, por outro lado, Hérmia era apaixonada por Lisandro. Contudo, Hérnia e Lisandro, impedidos de casar por Egeu e ameaçados de morte pela lei ateniense, decidem fugir pela floresta.
Confiando em Helena e para lhe dar esperança na sua relação com Demétrio, Lisandro e Hérmia contam-lhe que se preparam para fugir para a floresta. Mas Helena, pensando que poderá recuperar o amor de Demétrio e para lhe provara a sua fidelidade, decide contar-lhe sobre a fuga de Lisandro e Hérnia e juntos vão procurá-los na floresta.
Nessa floresta habitavam seres mitológicos e fantásticos tais como fadas e duendes. Lá habitavam também Titânia, rainha das fadas e o seu marido Oberon, rei dos elfos. Como Titânia e Oberon estavam em guerra porque Titânia não queria entregar a Oberon um órfão indiano para lhe servir de pajem, Oberon ordenou ao elfo Puck que fosse colher amores-perfeitos e que, quando Titânia estivesse a dormir, pusesse o liquido dessa flor nos seus olhos e assim, quando Titânia acordasse se apaixonaria eternamente pela primeira pessoa que lhe surgisse. Contudo, Oberon viu Demétrio tratar mal Helena e ordenou a Puck que também fizesse o 'feitiço' com Demétrio. O problema é que Puck se  enganou e enfeitiçou Lisandro em lugar de Demétrio. Quando acordou, Lisandro esqueceu Hérmia e apaixonou-se por Helena, a pessoa que viu. Mais tarde, Puck enfeitiçou Demétrio que também se apaixonou por Helena. Quando Titânia acordou, a primeira pessoa que viu foi Canelas, o tecelão, que estava na floresta com Marmelo, o cartinteiro, com Atarrachado, o marceneiro, com Gaitinhas, o consertador de foles, com Biquinho, o funileiro e com Lingrinhas, o alfaiate, todas a ensaiar uma peça de teatro para apresentar no casamento de Teseu, o duque de Atenas, com Hipólita, a rainha das Amazonas. Para corrigir todo este engano, Oberon ordenou a Puck que quando os quatro apaixonados adormecesem, fizesse com que se apaixonassem pelas pessoas certas. No final, a Hérmia casou com o Lisandro e o Demétrio com a Helena, e Oberon e Titânia fizeram as pazes. Puck, que foi quem mais se divertiu com todas estas confusões que ele próprio provocou, afirma que tudo aquilo não passou de um 'sonho de uma noite de verão

terça-feira, 18 de junho de 2013

A INCRÍVEL HISTORIA DE MOTA COQUEIRO-O ULTIMO EM FORCAMENTO

VAI MAIS EM BAIXO



Para quem não conhece a história de Mota Coqueiro, ele foi o último homem condenado à  pena de morte no Brasil, em março de 1855 na minha cidade em Macaé, só para vocês entenderam os fatos que aqui serão contados, farei um breve resumo da história de Mota Coqueiro; Mota Coqueiro foi um grande fazendeiro com propriedades na região de Conceição de Macabu que na época ainda era parte da cidade de Macaé no Estado do Rio de Janeiro.Um homem muito influente, de grandes negócios na região, mas de temperamento muito rude, era muito temido pela sua valentia, arrogância e pela forma cruel que tratava seus escravos. Certa feita, fechou a compra de uma grande propriedade em parceria com um meeiro que levou sua família para morar na propriedade. Passado algum tempo, a filha mais nova desse colono apareceu grávida e culpou Mota Coqueiro de ser o pai da criança. Após a descoberta, o colono começa a pressionar Mota  Coqueiro a beneficiá-lo nos negócios da fazenda em prol da gravidez de sua filha.Poucos dias depois, toda a família de colonos é assassinada a golpes da facão, exceto a filha que estava grávida que fugiu pela mata. No total foram mortos o meeiro, a sua esposa, três filhos adolescentes e três crianças, sendo a mais nova com 3 anos de idade. Depois do assassinato, a casa ainda teria sido incendiada, mas a chuva não deixou o fogo consumir os corpos totalmente, o que causou um cenário aterrador para o Brasil-colônia da época.Após investigações precárias da época, Mota Coqueiro foi acusado de ter sido o mandante do crime.Como Mota Coqueiro, já tinha uma má fama na cidade pelo seu caráter e possuía muitos desafetos, as investigações do crime na época foram feitas de maneira parcial e pouco claras. Na época, pela Constituição vigente, o Imperador que era D.Pedro II, poderia conceder a Graça Imperial para aboná-lo da pena de morte, mas o caso foi tão chocante para a época que nem D.Pedro aliviou a barra pra Mota Coqueiro. E em 6 de março de 1855, Mota Coqueiro foi enforcado em praça pública na cidade de Macaé. Poucos anos mais tarde, descobriu-se através de evidências escondidas na época que Mota Coqueiro era inocente e tivera sido enforcado sem culpa.

Só a título de curiosidade, depois de saber que Mota Coqueiro fora condenado inocente, o Imperador Dom Pedro II, extinguiu a pena de morte no BRasil.

Mas o que há de sobrenatural nessa história? Vejamos:O primeiro fato que se tem notícia que torna a história misteriosa, é da esposa de Mota Coqueiro Úrsula das Virgens, que durante o processo de investigação e julgamento ficou louca.Ela morava com o esposo e filhos na Casa Grande da principal fazenda e as escravas que cuidavam da casa, começaram a testemunhar ataques de loucura da mulher que gritava e se escondia pelos cômodos da casa dizendo que ouviam gritos e choros de criança a perseguindo por onde quer que fosse. Os ataques intensificaram depois da execução do esposo, que culminou em seu suicídio em um ano após a morte de Mota Coqueiro.Outro fato marcante foi a maldição lançada na cidade pelo acusado; Antes da execução, o juiz de direito da Comarca de Cabo Frio que ordenava o julgamento, antes que subisse ao patíbulo, lhe concedeu direito ao último pedido antes da morte:Mota Coqueiro nada pediu, mas antes de morrer suas últimas palavras demonstravam um caráter do qual ele nunca mostrou durante sua vida, perdoando à todos pela injustiça que lhe haviam feito. De acordo com os registros da época, disse ele:"O crime fez-se, porém eu sou inocente; peço perdão ao povo e à justiça, assim como eu perdôo de todo o meu coração".Mas, apesar do ato de misericórdia em perdoar os que lhe condenavam, proferiu uma maldição sobre a cidade de Macaé. Suas últimas palavras foram:“ Esta cidade terá 100 anos de atraso pela injustiça que está sendo feita a mim".

E de fato, foi o que houvera.Na época o porto de Imbetiba era o quinto mais movimentado do país, pois era portão de entrada e saída dos produtos agrícolas que eram exportados para outras cidades e capitais. Com a inauguração posterior da estrada de ferro Macaé x Campos, o porto perdeu a importância. Até mesmo o carro-chefe da economia local da época que era baseada no cultivo do café e da cana-de-açúcar entrou em profundo declínio. Muitos fazendeiros perderam tudo, pragas e mau tempo constantes destruíram plantações e gado. Em pouco tempo, a prosperidade que se via, foi por agua a baixo fazendo com que boa parte da população migrasse para as capitais, deixando Macaé apenas uma colônia de pescadores e de gente falida.Somente na década de 1960, quase 100 anos depois da execução de Mota Coqueiro, que foi descoberto o petróleo que alavancou a economia da cidade em poucos anos, fazendo hoje da pequena cidade do interior, a capital nacional do Petróleo. Os mais antigos da cidade, descendentes dos que viveram o período da “maldição” agregam veementemente que a era do Petróleo só aconteceu após o término dos 100 anos amaldiçoado por Mota Coqueiro. Coincidência??

Outro fato interessante que quero deixar aqui, foi presenciado por mim, por isso posso assegurar que lhes digo a verdade.O local onde era a praça que Mota Coqueiro foi executado, hoje é dentro do pátio de uma das escolas mais antigas da cidade, o colégio Luiz Reid.O pátio muito grande por sinal, abrange um quarteirão inteiro, bem no centro da cidade. No exato local onde na época foi posto o patíbulo, há um memórial de pedra no chão até os dias de hoje com o nome completo de Mota Coqueiro, data de nascimento e data da execução.Como eu estudei muitos anos nesse colégio, cresci ouvindo histórias e lendas escolares acerca daquele memorial no pátio. Mas só fui constatar algo relevante de fato, alguns anos mais tarde, quando já era adulta e estudava no 3º período (a noite), e vi que muitas das lendas e histórias que ouvia quando criança, poderiam ter algum fundo de verdade.Certa feita, durante um período que o colégio passava por uma má admininstraçao, certas partes do mato do patio estavam muito altos, pois já havia tempo que não eram cortados. Mas ao invés de mandarem aparar a grama, acharam mais barato queimar o mato, e assim atearam fogo na grama numa noite, já que não tinha o movimento de criança correndo pra lá e pra cá. Depois de apagadas as chamas, foram ver que somente a grama em volta do memorial de Mota Coqueiro estava intacta. O que era impossível, pois o zelador confirmou que havia jogado querosene naquele mesmo local. Eu vi. Uma cena realmente estranha. Em toda volta podia-se ver o mato totalmente queimado, mas so ao redor do memorial, a grama estava verde recém nascida, sem um chamuscado sequer.Esse mesmo zelador (que mora num quartinho dentro do colégio) conta que muitas vezes a noite, foi acordado com gritos no pátio. Ele sempre saía para ver se era algum aluno escondido pra fumar maconha la dentro, mas procurava, rodava, rodava e nao encontrava nada, nem ninguém.Uma vez tentaram remover o memorial para duplicação da quadra poliesportiva, eu já nao estava mais no colégio na época, mas fiquei sabendo por amigos que continuaram lá que as obras nao foram pra frente. Sempre que iam remover o memorial acontecia alguma coisa: Uma vez, foi a britadeira que quebrou (nova), outra vez foi um dos operários que quebrou o pé, mau tempo constante, falta de verba para dar andamento na obra... enfim, acabou dando-se um jeito de reformar a quadra e manter o memorial que esta lá intacto até os dias de hoje.Essas são algumas das histórias que conheço acerca dessa surpreendente história de Mota Coqueiro. Tão logo, haja novos fatos estarei compartilhando com voces.

Manuel da Mota Coqueiro Ilustração de jornal da época do julgamento

NOMES DE POETAS

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade foi um poeta, contista e cronista brasileiro. Wikipédia
Nascimento: 31 de outubro de 1902, Itabira, Minas Gerais
Indicações: Neustadt International Prize for Literature

NAO SEI QUEM SOU

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.FERNANDO PESSOA